quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Como o nosso cérebro resolve quebra-cabeça



Quem não gosta de quebra-cabeças? Toda vez que resolvemos um quebra-cabeças, como forma de recompensa nosso cérebro libera uma substância chamada dopamina, o que nos dá um imenso prazer. Pesquisas recentes sugerem que, além dessa recompensa, a simples ideia de resolver um quebra-cabeça geralmente coloca nosso cérebro num estado receptivo e lúdico que, por si só, já nos proporciona uma fuga prazerosa.
Quando resolvemos um problema, utilizamos basicamente dois processos, um analítico e outro intuitivo. A resolução de problemas pelo processo analítico requer o uso da inferência e da tentativa e erro, enquanto o processo intuitivo está mais associado à famosa “sacada”. Pesquisadores acreditam que esses dois processos não utilizam necessariamente as mesmas habilidades cerebrais, porém a solução criativa de problemas geralmente requer tanto análise quanto intuição, fazendo com que nosso cérebro alterne entre esses dois estados mentais até encontrarmos a solução.
Esse estado criativo em que a análise e intuição trabalham juntas utilizando todos os modos de pensamento gerou uma teoria chamada de memória inteligente. Este conceito é polêmico, pois acaba com a ideia de que um hemisfério do cérebro está mais associado à criatividade e até levou a outro conceito que questiona a prática do famoso brainstorming.
Estudos de neuroimagem avaliaram o que acontece no cérebro de pessoas se preparando para resolver um quebra-cabeças. Resultados sugerem que uma certa “assinatura” na atividade preparatória, que está fortemente correlacionada ao bom humor, pode ser observada no cérebro de pessoas mais propensas a resolverem quebra-cabeças utilizando a intuição instantânea do que a tentativa e erro. Essa assinatura inclui a ativação de uma área do cérebro que fica ativa quando a pessoa expande ou estreita sua atenção. Nesse caso de solução pelo processo intuitivo, os pesquisadores acreditam que o cérebro expande sua atenção, tornando-se mais aberto a distrações e a conexões nervosas mais fracas.
Para avaliar a influência do humor sobre a forma de se resolver quebra-cabeças, os pesquisadores fizeram com que pessoas assistissem a um vídeo antes. As pessoas que assistiram a um vídeo de comédia resolveram mais quebra-cabeças no geral, e significativamente mais pelo processo intuitivo, quando comparados às que assistiram a vídeos assustadores ou chatos.
A ideia de que o bom humor contribui para uma melhor solução criativa de problemas está presente em diversos estudos, inclusive um que o relaciona com a capacidade de notar mais detalhes visuais. A implicação é que um bom humor nos induz a um estado atencional mais amplo e difuso, que nos permite a enxergar e perceber mais, além de pensar de maneira mais ampla. E essa mesma técnica utilizada para resolvermos quebra-cabeças poderia ser, guardadas as devidas proporções, aplicada na resolução de problemas na vida real.

Fonte:http://www.cerebromelhor.com.br/blog/

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