sexta-feira, 15 de março de 2013

Síndrome de Irlen

Dificuldade de aprendizagem? Síndrome de Irlen
Apesar de pouco conhecida no Brasil, a Síndrome de Irlen foi descoberta em 1987 nos Estados Unidos a partir dos estudos da Drª Helen Irlen, e afeta de 12% a 14% da população.

A Síndrome de Irlen é uma distorção na percepção visual, e apesar do centro da visão estar em foco, apresentando-se na maioria das vezes no exame oftalmológico de rotina AV 20/20, ou seja, sem alterações, essa síndrome faz com que o processamento cerebral das informações que chegam através da visão fique distorcido e embaçado, causando desconforto durante a leitura, escrita e outras atividades rotineiras.
Sabe-se que é através dos cinco sentidos que conhecemos o mundo, e é a partir da visão que podemos ver, perceber e também codificar os estímulos que chegam aos nossos olhos. Desta forma, quando estes estímulos se apresentam comprometidos, perde-se qualidade de vida e o indivíduo passa a acumular dificuldades que acarretará em prejuízos futuros.
Embora ocorra muitas vezes em comorbidade com outros transtornos como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), dislexia, etc., e apresente características bem semelhantes, a Síndrome de Irlen não é dislexia, pois trata-se de um distúrbio do processamento perceptual que é chamado de Síndrome de Sensibilidade Escotópica, ou seja, o problema está no processamento visual e na sensibilidade à luz, enquanto que a dislexia é uma dificuldade na aprendizagem da leitura relacionada ao reconhecimento da correspondência entre os símbolos gráficos (grafemas) e o som (fonemas), e a transformação dos símbolos gráficos em linguagem verbal.
A Síndrome de Irlen também não está relacionada à incapacidade de aprendizagem ou baixa inteligência, e sim a um desajuste do processamento visual, que pode causar:


  • Dores de cabeça, dores de estômago ou fadiga;
  • Leitura lenta ou deficiente, com pouca compreensão do texto;
  • Disgrafia, escrita espelhada;
  • Inversão ou troca de letras na fala e ao escrever palavras;
  • Dificuldades em seguir instruções verbais;
  • Ansiedade, desatenção ou inquietude;
  • Dificuldade nos relacionamentos.

O diagnóstico da Síndrome de Irlen é multidisciplinar, e envolve uma equipe de profissionais como: psicopedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos, neuro-psicólogos, neurologistas e oftalmologistas.
O teste inicial é realizado pelo Screener, profissional habilitado que deve ter em mãos os materiais elaborados e patenteados pela Drª Helen Irlen, a partir do método EPLI - Escala Perceptual de Leitura Irlen, que detectará a existência ou não da Síndrome, bem como o grau em que se apresenta (leve, moderada ou severa).
A correção é possível com o uso de transparências (Overlays) sobre as páginas brancas ou filtros espectrais utilizados nos óculos. Estes recursos vão facilitar a leitura e corrigir as distorções, proporcionando maior conforto e qualidade de vida durante as tarefas de leitura, escrita, etc., não excluindo com isso o acompanhamento de profissionais competentes para a reabilitação do indivíduo.

CELESTE CHICARELLI
Pedagoga graduada pela UEMG
Pós-graduada em psicopedagogia – UEMG
SCREENER DA SÍNDROME DE IRLEN

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